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Excertos da conferência de imprensa do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Federação da Rússia, Serguei Lavrov, sobre o desempenho da diplomacia russa em 2023, Moscovo, 18 de janeiro de 2024

52-18-01-2024

Senhoras e Senhores,

É com grande prazer que venho saudá-los neste encontro tradicional que se realiza anualmente logo após as férias de Natal e Ano Novo. Dou parabéns a todos os que celebram estas festas pela chegada de 2024, que todos queremos tornar melhor em todos os sentidos. O Presidente russo, Vladimir Putin, falou detalhademente sobre isso.

Os nossos planos de desenvolvimento nacional estão claramente delineados. O Governo da Federação da Rússia está a trabalhar intensamente. Há dias, o Presidente Vladimir Putin teve várias reuniões com membros do Governo sobre uma variedade de questões do desenvolvimento sustentável da economia nacional face à política ilegal agressiva dos Estados Unidos e dos seus satélites. O nosso objetivo é claro:  livrarmo-nos da necessidade de depender de cadeias de fornecimento, financeiras, bancárias e logísticas que estão a ser controladas, de uma forma ou de outra, ou estão sob grande influência dos nossos colegas ocidentais. Este objetivo foi fixado claramente nas decisões que foram aprovadas e será fixados naquelas que forem tomadas.

No plano da política externa, também definimos principais opções a serem aplicadas num futuro próximo. Em março de 2023, o Presidente Vladimir Putin aprovou o Conceito de Política Externa da Federação da Rússia numa redação completamente nova que atende às realidades do mundo atual. O Ocidente provou que é incapaz de negociar e é parceiro desconfiável em qualquer iniciativa. A maioria mundial não quer mais aceitar uma abordagem tão egoísta e quer desenvolver-se em plena conformidade com os seus interesses nacionais, levar em conta os interesses de cada país e respeitar os princípios da Carta das Nações Unidas, começando com o respeito pela igualdade soberana dos Estados. Desde a adoção da Carta em 1945, nenhum passo do Ocidente no cenário internacional teve em conta nem respeitou o princípio (tal como consta da Carta) da igualdade de todos os Estados, grandes e pequenos, independentemente dos seus valores, religiões e, em geral, das suas tradições.

No plano da política externa, temos pontos de orientação claros rumo ao desenvolvimento de relações com aqueles que estão dispostos a fazê-lo em pé de igualdade, de vantagem e respeito mútuos, através de um diálogo franco, através de negociações com vista à procura de um de equilíbrio de interesses e não de soluções que satisfaçam apenas os interesses egoístas de alguém, como acontece na esmagadora maioria das vezes nas discussões em que o Ocidente, liderado pelos Estados Unidos, fica envolvido.

O ano passado mostrou que a conduta típica da hegemonia ocidental que se baseia inteiramente no interesse egoísta do Ocidente e menospreza as opiniões de todos os outros é inaceitável. A razão pode ser a de que o Ocidente, dominando o mundo por 500 anos e na ausência de concorrentes mais ou menos sérios durante boa parte desse período (com exceção, talvez, do período soviético), se habituou a exercer a hegemonia global. No entanto, a vida está a avançar, novos centros de crescimento económico, de poder financeiro e de influência política vêm emergindo e ganhando força, ultrapassando muito os Estados Unidos e outros países ocidentais em termos de desenvolvimento.

Estou certo de que sabem como encaramos o desenvolvimento das relações com a República Popular da China. A sua economia, tal como a da Índia, regista o crescimento mais rápido do mundo. As nossas relações com a China estão a atravessar o melhor período da sua história secular. Valorizamos o facto de Xi Jinping ter efetuado a sua primeira visita de Estado a Moscovo em março de 2023, após ser reeleito como Presidente da República Popular da China. Por sua vez, o Presidente Vladimir Putin visitou a China em outubro de 2023 para participar no Terceiro Fórum Internacional "Uma Faixa, Uma Rota".

Estamos a desenvolver progressivamente as nossas relações de parceria estratégica particularmente privilegiada com a Índia. Mantemos com este país um diálogo regular ao mais alto nível, bem como contactos a nível de sectores e ministérios dos negócios estrangeiros.

Falando das nossas relações com os nossos vizinhos mais próximos, temos evidentemente em mente os países do Médio Oriente, o Irão, a Turquia, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Qatar. Estamos interessados em desenvolver não só relações bilaterais com estes países, como também relações com organismos regionais criados por muitos dos nossos parceiros. Refiro-me ao Conselho de Cooperação do Golfo, à Liga Árabe, à ASEAN, à União Africana, à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e das Caraíbas, etc.

Estamos empenhados em elevar a nossa parceria com África a um nível estratégico. Isto foi confirmado na segunda Сimeira Rússia-África, realizada em julho de 2023 em São Petersburgo.

A conferência parlamentar internacional "Rússia - América Latina", realizada no outono de 2023 foi uma etapa importante no desenvolvimento das nossas relações com o continente latino-americano. Consideramos a África, a América Latina e os países asiáticos como centros independentes emergentes do mundo multipolar.

Temos trabalhado intensamente na ONU, no âmbito da qual foi criado e está a funcionar bem há vários anos o Grupo de Amigos em Defesa da Carta das Nações Unidas. O Grupo adota declarações conjuntas sobre questões fundamentais do desenvolvimento global. Este grupo estimula igualmente os trabalhos da Assembleia Geral, promovendo iniciativas conjuntas, entre as quais as russas. Apoiamos as ideias dos nossos parceiros referentes a este novo organismo.

Gostaria de salientar um acontecimento muito importante: a adoção, pela 78ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma resolução intitulada "Combater a glorificação do nazismo, do neonazismo e de outras práticas que contribuem para a escalada das formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância conexa". Foi adotada por uma maioria esmagadora, apesar das intrigas do Ocidente. Mas é de salientar que, pela segunda vez consecutiva, a Alemanha, a Itália e o Japão votaram contra este documento. Trata-se dos países do Eixo, que em tempos, após a derrota na Segunda Guerra Mundial, se arrependeram publicamente dos crimes cometidos durante a guerra e garantiram a todos que isso não voltaria a acontecer. O facto de, nos últimos dois anos, estes países terem votado contra uma resolução destinada a impedir o ressurgimento do nazismo dá-nos que pensar seriamente e faz-nos perguntar em que direção estão a evoluir estes processos ideológicos, não só nestes países como também em todo o Ocidente.

Trabalhámos também de forma construtiva noutros formatos. Aqui gostaria de mencionar os nossos aliados mais próximos. Trata-se do Estado União da Rússia e da Bielorrússia  e da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, no âmbito da qual promovemos os objetivos de  garantir a estabilidade em todas as suas dimensões, entre as quais a defesa militar, biológica e outras contra novos desafios e ameaças como o terrorismo, o tráfico de droga e outros tipos de crime organizado. Foram tomadas decisões importantes na União Económica Eurasiática com o objetivo de aprofundar a integração eurasiática e ligar os processos de integração com projetos como o de "Uma Faixa, Uma Rota" da China, de interação com a Organização de Cooperação de Xangai, com a ASEAN e com todos os  outros organismos e países situados no nosso enorme continente eurasiático comum.

Este ano, a Rússia assumiu a presidência da CEI. Pretendemos dar continuidade a projetos úteis iniciados em 2023 e dispensar especial atenção à Organização Internacional da Língua Russa, criada na cimeira de Bishkek no outono de 2023. Esta iniciativa do Cazaquistão foi aprovada por todos os membros da CEI. A nova organização está aberta a todos os países do mundo. Sabemos que a língua russa é popular em todos os continentes e esperamos que haja muitos participantes interessados.

Mencionei a Organização de Cooperação de Xangai como projeto "guarda-chuva" em que contribuímos, juntamente com a União Económica Eurasiática, com a ASEAN e outras estruturas sub-regionais, para a formação lógica da Grande Parceria Eurasiática, de que o Presidente russo, Vladimir Putin, falou na primeira Cimeira Rússia-ASEAN. Esta parceria já esta a ganhar corpo.

Nas circunstâncias atuais, uma parceria económica no interesse de todos os países do nosso continente comum é importante. O próprio Deus nos ordenou que utilizássemos estas vantagens competitivas objetivas de partilharmos um espaço, espaço esse que tem sido, durante muito tempo, motor da economia mundial e continuará a ter este papel por muitos anos. No entanto, para além de projetos económicos mutuamente benéficos, é importante garantirmos a segurança militar e política na Eurásia, independentemente de outros factores. Defenderemos que esta tarefa seja resolvida pelos países do continente de modo a impedir que os Estados extra-regionais de se inserirem nestes processos, impondo as suas próprias regras. Estamos convencidos de que os países da Eurásia são capazes de resolver os seus problemas sozinhos.

Citei diversas estruturas regionais, mas temos ainda uma estrutura suprarregional e global. Chama-se BRICS e simboliza a riqueza de um mundo multipolar. Um passo particularmente importante para o reforço da posição dos BRICS foi a decisão da cimeira realizada no ano passado na África do Sul de alargar o número de membros dos BRICS. A Rússia, que assumiu a presidência do BRICS no passado dia 1 de janeiro, estará empenhada em fazer com que os países recém-admitidos se integrem organicamente no trabalho comum e contribuam assim para o reforço das tendências positivas não só no seio da associação como também no cenário internacional, no interesse da Maioria mundial. Tendo em conta que mais de 20 (ou até mesmo cerca de 30) países estão interessados em aproximar-se do BRICS, vemos que esta associação tem um bom futuro e pode integrar um número global de participantes.

Continuámos a dar prioridade à proteção dos interesses e direitos legítimos dos cidadãos russos no estrangeiro. Estão bem cientes da forma como eles são discriminados nos países do "Ocidente coletivo". Muitos de vós escrevem sobre este assunto, ao contrário dos vossos colegas ocidentais, que tentam esconder a verdade sobre como os jornalistas se sentem nos países considerados como países com "democracias afirmadas" (perdoem-me a expressão). No entanto, para além dos problemas quotidianos enfrentados pelos nossos cidadãos nos Estados Unidos, na Europa e noutros países, as situações de emergência, tanto de origem natural como as que resultam de ação humana continuam a acontecer.

Nos últimos tempos, temos ajudado muito na retirada de russos e cidadãos dos países da CEI e de outros países da Faixa de Gaza e, alguns meses antes, do Sudão, onde também um conflito interno eclodiu.

No plano da diplomacia pública, gostaria de destacar que, em março de 2023, foi criado um Movimento Internacional dos Russófilos, associação informal de pessoas que vivem em diferentes continentes e que sentem uma proximidade espiritual e cultural com a Rússia. O Movimento já teve a sua reunião constitutiva. O seu primeiro congresso deverá realizar-se no primeiro semestre deste ano. Continuaremos a promover os ideais da verdade, justiça nos assuntos internacionais. Faremos os possíveis para que as relações internacionais sejam mais democráticas. Neste contexto, o nosso Ministério apoia ativamente a iniciativa do partido "Rússia Unida" de realizar em Moscovo um fórum internacional de partidos de apoiantes da luta contra as práticas modernas do neocolonialismo. Este é um tema relevante, dado que a essência neocolonialista da política ocidental está presente nas atuais ações dos Estados Unidos e dos seus aliados. O seu objetivo continua o mesmo: utilizar os recursos dos outros no seu próprio interesse, e viver à custa dos outros. O próximo Fórum promete ser um acontecimento muito interessante e importante.

A Rússia está a preparar uma série de grandes eventos culturais internacionais, entre os quais o Festival Mundial da Juventude. Faltam pouco para este começar. Os Jogos do Futuro - uma combinação de desportos físicos e ciberdesportos, os jogos desportivos dos BRICS. Ambos os eventos terão lugar em Kazan (os Jogos do Futuro em fevereiro próximo e os Jogos BRICS, no verão de 2024).

Está a ser preparado um Festival Internacional da Canção "Intervisão". Muitos países da Maioria Mundial mostraram-se interessados em participar. Faremos os possíveis para que todos os nossos convidados que venham a participar nos eventos acima mencionados e noutros numerosos eventos experimentem a cordialidade e a hospitalidade russas, como aconteceu em 2018, quando acolhemos a parte final do Campeonato do Mundo da FIFA.

Para concluir, gostaria de reiterar a nossa abertura para contactos com os meios de comunicação social nos mais diversos formatos. Espero que os representantes do nosso Ministério aqui presentes não podem ser acusados de evitarmos contactar com os jornalistas. Os outros representantes da direção do MNE, os diretores de departamentos, os nossos funcionários (especialmente quando se deslocam como integrantes das nossas delegações a eventos internacionais) são obrigados a comentar o nosso trabalho para que as nossas atividades sejam abertas e compreensíveis. É este o nosso objetivo.

Pergunta: O senhor acha que, se este ano se realizarem eleições na Ucrânia, é possível que lá chegue ao poder uma pessoa que esteja disposta a falar com a Rússia? Até que ponto é fundamental para a Rússia, em termos de futura resolução do conflito, que Kiev tenha um acordo de segurança com Londres e, posteriormente, com os outros países do G7? Significa isto que a Ucrânia não terá um estatuto neutro?

Serguei Lavrov: Francamente, não estamos muito preocupados com a "polêmica" no contexto da discussão da vida política da Ucrânia. A questão das eleições "foi abordada". Ouvimos dizer que o Ocidente recomenda a Volodimir Zelenski que realize eleições, esperando aparentemente que a campanha eleitoral e o processo de votação lhes permitam orientá-lo para servir os interesses do Ocidente, porque ele está a deixar cada vez mais de seguir as suas instruções.

Volodimir Zelenski anunciou publicamente que não iria realizar eleições porque está a decorrer uma guerra. Isto faz lembrar uma outra encenação e reflete o desejo deste homem e dos seus "cúmplices", que são bem conhecidos, de se manterem no poder à medida do possível. Acho que é isso que eles querem.

O Ocidente gostaria de ser mais flexível. Deve ter-se apercebido de que a tão propalada "guerra relâmpago" com o objetivo de infligir uma "derrota estratégica" à Rússia era uma ilusão, a situação mudou drasticamente. Antes de mais, para os ocidentais. Eles aperceberam-se do seu erro. Não podem admiti-lo. A comprová-lo está o facto de eles estarem à procura de sinais externos para apoiar a Ucrânia, por um lado, e para pressionar o governo de Kiev a tornar-se mais dócil e a obedecer aos seus patrões ocidentais, por outro lado. É-me difícil dizer até que ponto isto se irá concretizar.

Relativamente à segunda parte da sua pergunta, esta não é uma história nova. Há alguns meses, quando o Ocidente polemicou sobre se devia admitir a Ucrânia na NATO ou na União Europeia, nem todos países membros foram "a favor", nem todos estiveram felizes, compreendendo que se tratava de mais um passo completamente insensato, irresponsável e arriscado para a segurança europeia. Então inventaram uma espécie de "produto meio acabado", ou seja, a conclusão de acordos bilaterais entre alguns países ocidentais e a Ucrânia. Conheço o conteúdo do documento acordado entre Volodimir Zelenski e o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak. Não vi nele nenhumas disposições juridicamente vinculativas, a menos que se considere como tais a obrigação da Ucrânia de defender estas ilhas britânicas no caso de alguém atacar o Reino Unido. É um caso anedótico. Mas, por outro lado, este episódio pode ser visto como continuação do show do Estúdio "Kvartal-95". Talvez agora passe a ter outro nome.

Não nos opomos aos acordos que outros países fazem com a Ucrânia. Mas isso não altera o nosso objetivo. Isto foi confirmado, no outro dia, pelo Presidente Vladimir Putin. Vamos atuar de forma consistente e persistente para atingir os objetivos da nossa operação militar especial. Iremos atingi-los.

O Ocidente envia-nos periodicamente sinais e depois se retrata. Nós encaramo-los de forma filosófica. O Presidente Vladimir Putin tem dito repetidamente que a Rússia não está a desistir das negociações. Disse-o já em 2022, quando Boris Johnson e outros anglo-saxónicos, proibiram o regime de Kiev de assinar o acordo de paz com a Federação da Rússia já ajustado. Este episódio é muito conhecido. Isso aconteceu em abril de 2022. Falando sobre esse assunto em 2022, o Presidente Vladimir Putin repetiu que nós não nos estávamos a recusar a negociar e que aqueles que se recusavam a negociar deviam compreender que, quanto mais adiassem, mais difícil seria para eles chegar a um acordo. Estamos agora a assistir à realização da sua advertência. Não há nenhumas esperanças de que a Rússia seja "derrotada". Isto já foi dito muitas vezes. Aqueles que não estudaram história (estes personagens são muitos no Ocidente) e geografia sabem pouco e podem fantasiar sobre estes temas ou escrever outro guião para o show do Estúdio "Kvartal-95", só que isso não terá nada a ver com a realidade.

Pergunta: Nos últimos dias, os meios de comunicação social tem noticiado a hipótese de negociações, quase diretas, entre a Rússia e a Ucrânia, apontando Genebra como eventual local conveniente para as partes. É assim? Moscovo está pronta para isso?

Serguei Lavrov: Rumores são rumores. Todo o mundo sabe que não será a Ucrânia que vai decidir quando parar e começar a falar seriamente sobre o fim realista deste conflito. Isso implica abandonar a ideologia nazi, a retórica nazi, o racismo em relação a tudo o que é russo e a ideia de adesão NATO. Tudo isso não são sonhos nebulosos, mas sim condições indispensáveis para preservar o povo ucraniano como nação independente, com a sua própria identidade, e não como nação destinada a cumprir as "ordens" alheias para desestabilizar a Rússia.

É com o Ocidente que se deve falar sobre isso. Já mencionámos hoje que, em abril de 2022, o Ocidente proibiu a Ucrânia de assinar os acordos de paz. O Ocidente também não está interessado em iniciar negociações agora. É absolutamente claro que as ordens vêm de Washington. 

O Secretário de Estado norte-americano Antony Blinken disse, durante o seu discurso em Davos, que não via não só uma perspetiva de negociações sobre a resolução do conflito num futuro próximo como também nenhuma hipótese de um cessar-fogo a longo prazo na Ucrânia. Não querem discutir nada sobre a solução do conflito. Por vezes, soltam, sem querer, um lapso freudiano sobre o tema do cessar-fogo para "encher" a Ucrânia de armas, tal como utilizaram os Acordos de Minsk.

Durante a sua intervenção em Davos, Volodimir Zelenski mencionou os Acordos de Minsk. A sua intervenção não foi tão eloquente como no seu show do Estúdio "Kvartal-95". Acusou a Rússia e o Presidente Vladimir Putin de terem "roubado" 13 anos de paz. Afirmou sem rodeios que, depois de 2014 (repetiu o que eles têm sempre dito, deturpando os factos reais, ou seja, que não houve nenhum golpe de Estado, que aqueles acontecimentos foram provocados pelo "regime de Moscovo" e que tudo começou depois de Moscovo ter anexado a Crimeia), a Alemanha e a França teriam trabalhado muito para tornar realidade a etapa intermediária, ou seja, os Acordos de Minsk, enquanto Vladimir Putin teria "estragado" tudo. Espanta ouvir um ser humano dizer coisas tão absurdas.

É sabido que, em primeiro lugar, os Acordos de Minsk não eram uma fase intermédia, prevendo a "resolução" definitiva do problema, tendo sido aprovados pelo Conselho de Segurança da ONU. Em segundo lugar, como é do vosso conhecimento, estes acordos não foram destruídos por Vladimir Putin. A ex-chanceler alemã, Angela Merkel, e o ex-presidente francês, François Hollande, não tiveram nenhuma intenção de fazer com que eles fossem levadas à prática. Ambos admitiram terem assinado estes acordos para ganhar tempo e preparar a Ucrânia para uma guerra. Estes factos óbvios foram tornados públicos, foram analisados, discutidos e comentados por muitos políticos e jornalistas.

Volodimir Zelenski está a mentir quando diz estas coisas no Fórum Económico Mundial de Davos. Como é que podemos falar com um homem desses numa altura em que o seu decreto que proíbe as negociações com a Rússia ainda continua em vigor? Ao comentar este assunto, o Presidente Vladimir Putin disse que, em primeiro lugar, eles devem revogar este decreto e depois vamos ver onde as coisas vão parar.

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