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Porta-voz Maria Zakharova faz o primeiro briefing à imprensa em 2021 Moscovo, 15 de janeiro de 2021

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Ministro Serguei Lavrov fará o balanço da política externa russa em 2020 

 

Na segunda-feira, 18 de janeiro, o Ministro dos Negócios Estrangeiro da Rússia, Serguei Lavrov, concede uma conferência de imprensa anual. A edição deste ano, para a qual são chamados a participar profissionais de imprensa nacionais e estrangeiros, realiza-se online e tem como tema o desempenho da política externa russa em 2020. O aviso está disponível para consulta no sítio da internet do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia: 

https://www.mid.ru/ru/foreign_policy/news/-/asset_publisher/cKNonkJE02Bw/content/id/4520005 ;

O processo de acreditação para o evento está aberto desde ontem e decorrerá até às 18.00 de hoje, 15 de janeiro de 2021.

Outra novidade a destacar. Devido às limitações técnicas e do tempo reservado à conferência de imprensa, as respostas às perguntas que não forem respondidas durante a sessão online serão entregues posteriormente aos seus autores. Os interessados em acreditar-se para o evento podem deixar as suas perguntas e sugerir temas no respectivo campo ao formular o seu pedido de acreditação.

 

Ministro Serguei Lavrov reunir-se-á com Alto Representante do Secretário-Geral da ONU para a Aliança das Civilizações

 

No dia 18 de janeiro, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Federação da Rússia, Serguei Lavrov, reunir-se-á com o Alto Representante do Secretário-Geral da ONU para a Aliança das Civilizações, Miguel Ángel Moratinos, que irá visitar Moscovo. 

Um dos principais temas do encontro serão os preparativos para a Conferência Mundial sobre o Diálogo Intercultural e Inter-Religioso. Promovida pela União Interparlamentar com a participação da ONU, a Conferência será realizada na Rússia em maio de 2022. 

Saudamos a adesão da Aliança aos preparativos e aos trabalhos desta Conferência Mundial. Somos favoráveis à sua participação em todas as iniciativas destinadas a alcançar a concórdia entre os representantes de diferentes grupos étnicos, confessionais e culturais.

Durante a sua estada em Moscovo, o responsável da ONU terá reuniões no Conselho da Federação (câmara alta do parlamento russo – N.R.) da Assembleia Federal da Federação da Rússia e com os líderes das comunidades religiosas tradicionais russas.

 

Ministro Serguei Lavrov reunir-se-á com embaixadores dos países membros da CEI

 

Como já é tradição, no dia 21 de janeiro, em Moscovo, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Federação da Rússia, Serguei Lavrov, reunir-se-á com os Embaixadores dos países membros da Comunidade de Estados Independentes (CEI) acreditados na Rússia. 

Os participantes farão o balanço do trabalho conjunto no âmbito das associações de integração no espaço pós-soviético em 2020, identificarão novas forma de intensificação da cooperação multifacetada nas áreas política, económica, cultural e humanitária e no domínio de segurança e trocarão opiniões sobre questões da agenda internacional e regional. 

 

Ministro Serguei Lavrov receberá o seu homólogo húngaro 

 

No dia 22 de janeiro, o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, receberá em Moscovo o Ministro das Relações Económicas Externas e dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Péter Szijjártó.

A reunião passará em revista temas das relações bilaterais no contexto da implementação dos acordos alcançados a 30 de outubro de 2019 em Budapeste, durante as conversações entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o Primeiro-Ministro húngaro, Viktor Orban, assim como aspectos práticos da construção de um diálogo bilateral e de uma cooperação no combate ao coronavírus. 

As partes trocarão opiniões sobre temas europeus e internacionais, assim como abordarão a crise ucraniana e o problema dos direitos linguísticos das minorias nacionais na Ucrânia. Também discutirão a situação no Médio Oriente e em Nagorno-Karabakh.

 

Ministro iraniano fará uma visita de trabalho a Moscovo

 

No dia 26 de janeiro, o Ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, realizará uma visita de trabalho a Moscovo e será recebido pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov.

Os dois ministros pretendem dar continuidade à troca de opiniões sobre questões internacionais, entre as quais a situação na região de Nagorno-Karabakh, a situação em torno do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), a situação na Síria, no Afeganistão e no Golfo Pérsico.

Também serão abordados temas da agenda bilateral, com destaque para a sua componente comercial e económica no contexto da implementação de projetos-chave conjuntos nas áreas de energia e transportes, assim como a problemática da intensificação da cooperação cultural e humanitária.

As relações russo-iranianas continuam a desenvolver-se ativamente. A prova disso é um diálogo intenso e de confiança mantido pelos dois países ao mais alto nível. No ano passado, os Presidentes dos nossos dois países tiveram quatro contactos telefónicos. Apesar das restrições impostas pela pandemia do coronavírus, a Rússia e o Irão mantêm contactos regulares, através, inclusive, dos seus responsáveis pelos Negócios Estrangeiros, representantes dos seus parlamentos, ministérios e agências governamentais e das suas comunidades empresariais. 

 

Banco norte-americano bloqueou ajuda financeira russa aos países da América Central

 

Gostaria de vos informar sobre um gritante episódio de obstrução da cooperação humanitária da Rússia com países estrangeiros. 

Em novembro de 2020, a América Central foi atingida de uma só vez por dois furacões: a Eta e a Iota, que causaram grandes danos à economia e aos habitantes desta sub-região.

Nestas circunstâncias, a liderança do Parlamento Centro-Americano (PARLACEN) solicitou à Rússia uma ajuda urgente. O Governo da Federação da Rússia decidiu transferir para o PARLACEN fundos para a compra de filtros de água a fim de abastecer a população das regiões atingidas de água potável e evitar 

No entanto, o Citibank norte-americano, que se ofereceu para intermediar a transferência, solicitou "informações adicionais" (perguntando, em particular, que tipo de organização era o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia e o que ele fazia). Após duas semanas de protelações e adiamentos, o banco devolveu os fundos ao remetente, ou seja, ao lado russo.

Aguardamos uma explicação do banco sobre o motivo por que tomou esta decisão que prejudica muito a sua imagem. Também esperamos receber um comentário do Departamento de Estado dos Estados Unidos que se arvora em "defensor" dos direitos humanos e das pessoas comuns em situações difíceis.

Consideramos que este episódio é de indignar e um exemplo gritante de como os EUA dificultam propositadamente a prestação de ajuda humanitária a países necessitados. Não vemos outra explicação lógica para isto além da política de sanções económicas aplicada por Washington contra a Rússia.

Da nossa parte, gostaríamos de reiterar aos nossos parceiros centro-americanos a nossa vontade de continuar a cooperar com eles, inclusive no âmbito do mecanismo de diálogo Rússia-Sistema de Integração Centro-Americano, dado o estatuto de observador que nos foi concedido por esta organização. Agiremos desta forma, apesar das dificuldades artificiais criadas externamente.

 

EUA encaram Cuba como país patrocinador do terrorismo

 

Acolhemos como mais um passo não construtivo dos EUA a notícia da reinclusão de Cuba na lista norte-americana de países patrocinadores do terrorismo, da qual havia sido retirada em 2015. Esta decisão mostra claramente a incapacidade de Washington de seguir uma política externa coerente, baseada em realidades objetivas e avaliações realistas acerca do que se passa à sua volta.

Não vale a pena esperar ouvir de Washington declarações adequadas sobre as regiões das quais os EUA têm uma noção muito vaga. Mas, neste caso, trata-se de uma região da qual os EUA fazem parte e com a qual eles têm uma história longa, complicada e comum. 

Os EUA acusam Cuba de ter concedido asilo aos "rebeldes" colombianos do "Exército de Libertação Nacional". Estes últimos vieram a Cuba no âmbito das conversações de paz colombianas, facto reconhecido, aliás, pelos próprios EUA. Portanto, o governo cubano está a ser punido pelos seus esforços para promover um diálogo, a resolução política do conflito e a reconciliação nacional. Acontece que "nenhuma boa ação fica impune". Isso quando a comunidade internacional não aceita a sua política para Cuba. A comprová-lo está o facto de a Assembleia Geral da ONU aprovar anualmente, quase por unanimidade, a resolução que pede o fim do embargo norte-americano a Cuba. Agora, na altura da pandemia do coronavírus, os EUA estão a desacreditar-se a si próprios aos olhos de todos quantos conhecem em primeira mão o trabalho abnegado dos médicos cubanos em dezenas de países do mundo. Se existe uma lista em que Cuba merece ser incluída, esta lista é de pioneiros da solidariedade e assistência internacional altruísta.

Esperamos que, no futuro, as decisões dos EUA sobre Cuba se baseiem em factos verificados e estejam de acordo com os verdadeiros interesses dos povos dos dois países.

Quando Washington acusa Havana de patrocinar terroristas, não se trata de um plantio de notícias falsas combatido supostamente pelos EUA? Esta é uma mentira, uma inverdade elevada a nível da política oficial. Esta mentira tem um estatuto oficial porque se trata de uma política oficial de Washington.

 

Prisão de Guantánamo completa 19 anos

 

A tristemente conhecida Prisão de Guantánamo completa, este ano, 19 anos. Apesar dos repetidos apelos da comunidade internacional para o encerramento desta vergonhosa instituição de tortura medieval, a Prisão de Guantánamo continua a funcionar até aos dias de hoje.

Os prisioneiros de Guantánamo encontram-se num vazio jurídico: não têm acusação deduzida nem são submetidos a um julgamento justo, competente, imparcial e independente. O tratamento desumano e brutal é comum nesta prisão. A detenção por tempo indeterminado e a incerteza do futuro também constituem uma forma latente de tortura que traz um sofrimento psíquico insuportável tanto aos prisioneiros como aos seus familiares. Sem poder resistir às condições e métodos de interrogação desumanos, alguns dos prisioneiros de Guantánamo morreram, continuando por esclarecer as verdadeiras circunstâncias das suas mortes.

É absurdo falar disto no primeiro quartel do século XXI, mas temos de o fazer. As medidas anti-tortura adotadas pela administração dos EUA não podem ser consideradas como prova de que Washington honra os seus compromissos assumidos ao abrigo da Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes de 1984 que estabelece uma proibição absoluta da prática de qualquer tipo de tortura. Lamentamos que as autoridades dos EUA não tenham tomado medidas concretas para levar à justiça os funcionários, inclusive aqueles que ocupam altos cargos governamentais, que estão envolvidos em crimes relacionados com a prática de torturas. Talvez valha a pena os legisladores americanos aprovarem uma Lei Guantánamo para processar judicialmente os funcionários envolvidos nestes crimes? 

Acreditamos ser necessário iniciar, sem mais delongas, a investigação de todos os episódios de extradição, detenção secreta, tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes praticados, inclusive sob o pretexto de combater o terrorismo. Consideramos inaceitável que todos os envolvidos nestes crimes permaneçam impunes.

Esperamos que a nova administração norte-americana venha a cumprir as promessas feitas outrora por Washington no sentido de encerrar o Campo de Detenção da Baía de Guantánamo, a garantir aos seus prisioneiros um julgamento justo, independente e imparcial, a realizar as investigações necessárias e a levar à justiça todos os funcionários, inclusive aqueles de alto nível, responsáveis por terem permitido ou participado na tomada de decisões referentes às detenções secretas e arbitrárias de civis, prática de tortura, maus-tratos e ao uso de "métodos de interrogatório intensivo". 

 

Departamento de Estado dos EUA emite mais uma declaração antirrussa

 

Ficámos surpreendidos ao ler a recente declaração do Departamento de Estado dos EUA divulgada a 13 de janeiro por ocasião do Dia da Imprensa Russa. Redigido em russo, o documento afirma que, na Rússia, os direitos dos jornalistas e dos representantes das ONG são desrespeitados. Como não havia versão em inglês, preenchemos esta lacuna ao traduzir o texto do russo para o inglês. O público norte-americano deve saber o que o seu Departamento de Estado ensina a outros países. Isto vai contra aquilo que os funcionários e políticos americanos fazem no seu território nacional. Foi por isso que esta declaração foi feita em russo. A tradução inglesa está pronta. Os jornalistas americanos podem lê-la. O documento contém muitas coisas interessantes, inclusive aquelas referentes à posição dos EUA sobre a imprensa.

 

Secretário de Estado dos EUA publicou novos tweets antirussos 

 

Como já dissemos várias vezes, infelizmente, as relações entre Moscovo e Washington são refém da luta política interna nos EUA. O Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeou, publicou uma nova série de tweets antirussos. Esta é mais uma tentativa da administração cessante de "lançar luz sobre os seus sucessos" na destruição das relações bilaterais e "atender" aos desejos daqueles que defendem a deterioração das relações dos EUA com a Rússia. Pode ter sido uma tentativa do Secretário de Estado de escrever algo notável, antes que o seu Twitter fosse bloqueado. 

Concordamos com Mike Pompeo quando ele diz que, durante os últimos quatro anos, o diálogo entre a Rússia e os EUA não voltou ao normal. Washington chegou ao ponto de nos incluir na lista de "inimigos da América". Os passos inamistosos e destrutivos dos EUA para agravar ainda mais a crise das relações bilaterais incluíam, entre outras coisas, a aplicação de sanções antirrussas, o desmantelamento de toda a arquitetura de controlo de armas, etc. Lamento dizer que não conseguimos melhorar as nossas relações com os EUA, sob a administração Trump, mas a culpa não foi nossa. Como resultado, quaisquer mudanças positivas na cooperação russo-americana foram impossíveis.

Reiteramos ser contraproducente falar connosco usando uma linguagem de ameaças e pressões para obter vantagens unilaterais. Estamos conscientes de que a situação pode degradar-se ainda mais, mas, neste caso, a escolha cabe aos norte-americanos. Acreditamos que, primeiro, os EUA devem parar de manipular a sua opinião pública e pôr termo à campanha russofóbica no país e à enxurrada de "notícias falsas" sobre o nosso país organizada e financiada por alguns representantes da elite política dos EUA.

Da nossa parte, continuamos dispostos a discutir com os EUA os "fatores irritantes" existentes, caso Washington tenha interesse em fazê-lo. 

 

Mike Pompeo apresenta fim do Tratado INF como "realização de dimensão epocal" 

 

Prestámos atenção à afirmação do Secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, sobre o Tratado INF divulgada a 11 de janeiro deste ano como parte da análise das atividades da administração cessante.

Por um lado, os últimos dias no cargo parecem ser um bom momento para analisar objetivamente aquilo que foi feito e identificar áreas em que a nova administração terá de trabalhar para, inclusive, corrigir a situação criada. Por outro lado, a julgar pelas declarações de Mike Pompeo, a equipa diplomática cessante continua inconsciente dos resultados e consequências das suas atividades devastadoras em matéria de controlo de armas e continua a deturpar os factos. 

O Secretário de Estado procurou apresentar o fim do Tratado INF, que fora destruído sob um fútil pretexto, como "realização de dimensão epocal" da administração Trump. Afirmou que o fim do Tratado INF permitiu reforçar a segurança dos EUA, pois, antes, eles haviam sido "estúpidos" ao observar o Tratado e ao "desarmar-se unilateralmente" enquanto a Rússia o "violava". 

Este é outro conjunto de mitos propagandísticos dos EUA, cuja falsidade foi revelada repetidamente pelo lado russo. O verdadeiro estado de coisas e os argumentos detalhados podem ser consultados na seção temática do sítio da internet do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo. Além disso, a seção apresenta dados sobre os resultados da vigência do Tratado até ao início dos anos 90, ou seja, na altura em que o nosso país desmantelou duas vezes mais mísseis do que os EUA, incluindo o sistema Oka não abrangido pelo Tratado devido aos seus parâmetros de alcance. As informações disponibilizadas mostram claramente que não havia provas de que a Rússia havia violado o Tratado, o que não pode ser dito sobre os EUA que desrespeitaram, durante muitos anos, o referido documento e bloquearam sempre as iniciativas russas de entabular uma cooperação substantiva e profissional com vista a resolver as preocupações recíprocas das partes.

Não nos vamos debruçar novamente sobre o historial das nossas divergências com os EUA quanto ao Tratado INF. Contudo, gostaríamos de instar uma vez mais os EUA a prestarem a devida atenção às propostas russas destinadas a prevenir uma nova crise de mísseis na Europa e a evitar uma nova volta da corrida aos mísseis na Ásia-Pacífico. Estas propostas permanecem válidas. As propostas referentes ao espaço europeu constam da Declaração, de 26 de outubro de 2020, do Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin.

Esperamos que a nova administração norte-americana opte por uma cooperação construtiva nesta e noutras questões da segurança internacional.

 

Rússia é novamente acusada de invadir recursos de informação dos EUA

 

São já comuns as notícias sobre ataques de hackers, "presumivelmente de origem russa", contra recursos de informação governamentais e não governamentais dos EUA. A declaração conjunta do Bureau Federal de Investigação, da Agência de Segurança Nacional, da Agência para a Segurança Cibernética e Proteção de Infraestruturas e do Gabinete do Diretor dos Serviços Nacionais de Informação sobre um novo ataque supostamente russo, divulgada em nome do Presidente Trump, mostra que a administração cessante decidiu "aumentar apostas". Parece que, ao juntar quatro agências de segurança para efetuar um novo ataque calunioso contra a Rússia, o Presidente norte-americano está a tentar "proteger as suas costas" face à ameaça dos Democratas de iniciar o processo de destituição. Não excluímos que a administração cessante tente criar obstáculos à nova administração e impedir que o novo Presidente americano tome medidas para reatar o diálogo substantivo com a Rússia em matéria de segurança internacional da informação. 

Gostaríamos de uma vez mais de recordar aos EUA a Declaração, de 25 de setembro de 2020, do Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, que contém toda uma série de propostas abrangentes de retomar uma cooperação eficaz nesta área.

A fim de resolver problemas concretos, instamos os nossos colegas americanos a não lançarem acusações infundadas e falsas, mas a utilizarem os canais oficiais de intercâmbio de informações entre a Rússia e os EUA sobre incidentes informáticos instalados em 2013. Em 2018, na Rússia, entrou em ação o Centro Nacional de Coordenação da Resposta a Incidentes Informáticos, cuja função é articular as atividades nacionais nesta área com os players governamentais e não governamentais estrangeiros. 

 

Comentário sobre as declarações de funcionários alemães

 

Os representantes de Berlim oficial continuam a surpreender com declarações antirrussas. Em entrevista à agência DPA de 30 de dezembro de 2020, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Heiko Maas, acusou o nosso país de “bloquear todas as propostas do Secretário Geral da ONU” sobre a reforma da Organização e do seu Conselho de Segurança.

Semelhantes afirmações não profissionais não têm nada a ver com a realidade. É estranho que o senhor Maas não saiba nada disso – e se sabe, trata-se de desinformação. Queremos lembrar de novo que a Rússia se manifesta consequentemente pela elaboração, por meio de negociações intergovernamentais, de um modelo de reforma que tenha o apoio mais amplo possível (seria ótimo que fosse consensual) dos Estados membros – muito mais significante do que os dois terços dos votos exigidos formalmente.

Nós temos declarado muitas vezes que apoiamos a reforma do Conselho de Segurança da ONU através da ampliação da representação nele dos países da África, Ásia e América Latina. Na composição atual do CS da ONU, inclusive no seu “quinteto” permanente, observa-se o evidente excesso de representação de certas regiões, antes de tudo de um grupo regional de Estados da Europa Ocidental e outros, integrado inclusive pelos EUA. Eu compreendo que este excesso de representação é nostálgico para a Alemanha, que quer preservá-lo. Mas isso não significa que é preciso acusar a Rússia de algo que ela não fez.

Contudo, acreditamos que os esforços dedicados à ampliação da representatividade do Conselho não devem afetar a sua eficácia e eficiência.

A Ministra da Defesa da Alemanha, Annegret Kramp-Karrenbauer, também continua o exercício da retórica antirrussa. No seu artigo publicado na edição da revista Focus de 10 de janeiro do ano corrente, dedicado à nova realidade na área da política de segurança, ela comenta um “incremento significante dos armamentos pela Rússia perto das fronteiras orientais da NATO”, o que iria confirmar a importância e a relevância atual da política de “intimação” do nosso país, que, na interpretação da Ministra Kramp-Karrenbauer, seria a premissa para alguns acordos desde a posição da força. Desde esta posição, a Ministra da Defesa da Alemanha visa defender, no mundo inteiro, os valores democráticos e os direitos humanos, favorecer a solução pacífica de conflitos e também promover as “regras” internacionais e até mesmos os princípios do multilateralismo. Implantar a democracia desde a posição da força? Uma abordagem bem interessante. Uma novidade para as últimas décadas, já que antes, alguns países já tinham tentado fazê-lo, sem muito êxito.

Temos demonstrado a Berlim muitas vezes, inclusive usando exemplos históricos concretos, a falta de produtividade de qualquer tentativa por sua parte de negociar com quem quer que seja, e mais ainda connosco, desde a posição da força (como é bem sabido, a Alemanha viveu uma grande tragédia no século XX ao tentar falar com o mundo desde tal posição). Queremos lembrar mais uma vez que não foi a Rússia que se aproximou das fronteiras da Aliança, senão a NATO (cujos gastos militares conjuntos ultrapassam muito os russos) organizou duas ondas de ampliação rumo ao Leste – apesar das promessas que os parceiros ocidentais faziam nos anos 90 – aumentando a infraestrutura militar e a atividade perto das fronteiras russas.

São bastante estranhos os sinais emitidos regularmente pelas autoridades políticas supremas da Alemanha, alegando a Rússia ser uma ameaça à Alemanha. Interessante, que factos o provam? Mais do que isso, tais avaliações obtêm um caráter doutrinário e diretivo, refletindo-se nas decisões governamentais e nos programas da Alemanha. Para evitar que tais declarações sejam percebidas como fakes, é necessário apresentar os factos.

Gostaríamos de esperar que prevaleça (e quanto mais em breve, melhor) o realismo na estratégia de Berlim para com a Rússia. Da nossa parte, estaremos prontos para o diálogo sincero, baseado no respeito mútuo, com a Alemanha sobre o espectro mais amplo de problemas contemporâneos internacionais e de questões bilaterais com base na compreensão mútua.

 

Países Baixos financiam grupo terrorista na Síria

 

Sem terminar ainda o escândalo com a ajuda neerlandesa a grupos sírios suspeitos de crimes no território sírio, surgiram já novos factos relativos ao financiamento prestado pela Haia a terroristas.

Ficou sabido que o governo neerlandês tem prestado por muitos anos apoio material à dita Associação Síria de Dignidade Civil, encabeçada por um dos ex-líderes do grupo armado Ahrar al-Sham, ativo na Síria. É notável que nos próprios Países Baixos, os seus membros foram condenados por terrorismo. Porém, isso não impede os Ministros dos Negócios Estrangeiros e da Justiça dos Países Baixos de destinarem dinheiro dos pagadores de impostos nacionais a estes criminosos de guerra. O grupo armado mencionado não figura, por alguma razão, na lista nacional de organizações terroristas, apesar de existir um veredito do próprio tribunal neerlandês a este respeito.

Ao mesmo tempo, o Reino anunciou no ano passado tencionar lançar uma investigação contra Damasco por causa de suposta violação por ele das suas obrigações no âmbito da Convenção contra a Tortura. Onde fica a lógica? Não será mais uma manifestação aberta, descarada de padrões duplos e da hipocrisia terrível da Haia oficial?

Posso responder eu mesma. Sim, é. Só que o problema já não está na retórica, não da demonstração da falta de lógica das ações dos parceiros ocidentais e da incompatibilidade do que eles dizem com o que eles fazem. Trata-se do golpe que eles assestam contra algo que eles próprios tinham construído: contra o sistema democrático. Uma pergunta aos parceiros norte-americanos: quando vão proclamar os Países Baixos um país que ajuda e financia organizações terroristas, como fizeram com Cuba?

 

Ameaça terrorista surge na zona fronteiriça entre Mali, Níger e Burkina Faso

 

Estamos preocupados pelo agravamento significante da situação na zona de segurança do Saará-Sahel, no dito triângulo Liptako-Gourma, na fronteira comum do Mali, Níger e Burkina Faso, onde está a observar-se um crescimento significante da atividade de numerosos grupos terroristas associados ao “Estado Islâmico” e a al-Qaeda.

A 28 de dezembro de 2020, a explosão de um veículo blindado no Mali perto da fronteira com o Burkina Faso matou quatro militares franceses. Assim, as perdas sofridas por Paris desde a implementação do contingente francês no Mali, em 2013, chegaram a cerca de quinhentas pessoas. Este atentado foi uma resposta à operação especial realizada a 24 de dezembro na zona de Liptako-Gourma, que tinha eliminado mais de dez terroristas.

Há dois dias, a Missão Multidimensional Integrada para a Estabilização das Nações Unidas no Mali sofreu novas perdas: os terroristas mataram três pacificadores, cidadãos da Costa do Marfim.

A 2 de janeiro do ano corrente, na véspera do segundo turno das eleições presidenciais, os islamistas radicais perpetraram um atentado de grande escala, atacando duas aldeias situadas perto da fronteira com o Mali. Mais de 100 civis morreram, dezenas foram feridos. A 13 de dezembro de 2020, horas antes das eleições municipais, os extremistas ocuparam o município de Toumour. Mais de trinta pessoas foram mortas, cerca de 800 casas habitadas foram queimadas.

Condenamos firmemente os crimes cometidos pelos extremistas, manifestamos as nossas condolências e o nosso pesar aos familiares e próximos dos mortos.

Não deixamos de apoiar os esforços aplicados aos níveis regional e internacional de oposição à ameaça terrorista na zona do Saará-Sahel. Continuaremos a prestar a assistência necessária aos Estados da região nos assuntos correspondentes, inclusive o aumento da capacidade de combate: as forças armadas, a formação dos militares e de funcionários dos órgãos de segurança pública.

 

Rússia entrega à Bielorrússia sistemas de diagnóstico da Covid-19

 

A 5 de janeiro do ano corrente, a Rússia entregou à República da Bielorrússia, de maneira gratuita, 300 sistemas de teste e reagentes fabricados no Centro Estatal Científico de Virologia e Biotecnologia Vektor. É bastante para realizar 30 mil diagnósticos de Covid-19.

A carga humanitária foi levada em transporte especial para o Centro Republicano da Higiene, Epidemiologia e Saúde Social em Minsk. Participaram da cerimónia de entrega o Ministro da Saúde da Bielorrússia, Dmitry Pinevitch, o seu vice, Médico Sanitário Principal do país, Aleksandr Tarasenko, e o Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da Federação da Rússia na Bielorrússia, Dmitry Mezentsev.

Antes, em 2020, a Bielorrússia já recebeu gratuitamente 240 sistemas de teste com reagentes para 24 mil testes de laboratório, junto com respiradores e outros meios de proteção individual. Voos de regresso russos ajudaram a retornar os cidadãos bielorrussos à Pátria.

A parte russa vai continuar a prestar toda a ajuda possível à irmã Bielorrússia no combate à propagação da infeção pelo novo coronavírus, inclusive através da imunização da população da República pelas vacinas russas.

 

Monumento a paraquedistas soviéticos e polacos foi destruído na Polónia

 

Continua na Polónia a guerra ao legado memorial. Por decisão das autoridades polacas, foi parcialmente destruído o monumento aos paraquedistas soviéticos e polacos, situado perto da aldeia Sokołowo na voivodia da Grande Polónia. Apagaram dele os nomes dos guerreiros soviéticos e polacos e a inscrição que eternizava a façanha dos soldados soviéticos e polacos que desembarcaram lá em 1944, integrantes do grupo paraquedista e diversionista do tenente Serguei Iliashevitch do 1o Exército Polaco.

O que eu estou a falar costuma ser feito por vândalos. E é assim que o chamamos: atos de vandalismo. Hoje eu falo de algo que o poder oficial polaco faz. Se não uso estas palavras não é porque semelhante ação não couber nesta definição, mas porque damos ao governo polaco uma oportunidade de reabilitar-se.

Sabemos que está a ser discutida a questão sobre a eventual desmontagem completa do monumento ou a elaboração de uma nova inscrição, despersonalizada. Ambas as opções violam o acordo russo-polaco de 1994 sobre túmulos e memoriais das vítimas de guerras e repressões. Indicamos a Varsóvia que este local memorial faz parte da Lista de Lugares Memoriais dos Defensores da Pátria Soviéticos Caídos no Território da República da Polónia, elaborado pela Rússia e pela Polónia em conjunto em 1997.

Como vemos, a Polónia não hesita nas suas tentativas de reescrever a história, apagando dela páginas incómodas, nem a apagar da memória, além dos nomes dos guerreiros do Exército Vermelho, também os nomes dos polacos que combatiam o nazismo.

A parte russa exige de Varsóvia o cumprimento das suas obrigações na área memorial e a restauração da imagem inicial do monumento aos paraquedistas.

 

Monumento a guerreiros do Exército Vermelho sofre vandalismo na República Checa

 

Condenamos firmemente o ato de vandalismo indignante perpetrado a 5 de janeiro do ano corrente na zona suburbana da cidade tcheca de Ostrava contra o monumento aos soldados do Exército Vermelho que libertaram aquela região em abril de 1945.

Esperamos que as autoridades tchecas identifiquem e punam os culpados e que tomem todas as medidas para evitar semelhantes incidentes no futuro.

Não posso omitir que a comunidade local se importou com o acontecido. Os seus representantes denunciaram o ato de vandalismo cometido. Uma investigação penal foi iniciada. As autoridades locais limparam o monumento.

 

Vala comum dos libertadores em Kherson sofre vandalismo

 

Além das tradicionais marchas das tochas (falamos disso em 2021, e o lugar é a Ucrânia) no início de janeiro do ano corrente, dedicadas a mais um aniversário natalício do criminoso nazista Bandera, novos atos de vandalismo e blasfémia contra objetos memoriais da Grande Guerra Patriótica ocorreram na Ucrânia. A 12 de janeiro, os vândalos foram impiedosos com o túmulo comum dos guerreiros libertadores de Kherson: 17 lajes sepulcrais foram quebradas e profanadas.

O prefeito de Kherson disse que os culpados serão identificados e punidos. Gostaríamos de esperar que as suas palavras não sejam vazias e que os nacionalistas o permitem fazê-lo.

Lembro que durante a ocupação da cidade, 17 mil cidadãos soviéticos civis foram fuzilados e torturados até a morte, inclusive crianças. 40 mil guerreiros soviéticos morreram no campo de internação. Mais de 15 mil habitantes da cidade e dos povoados próximos foram levados à Alemanha.

A profanação da memória dos guerreiros do Exército Vermelho que deram as suas vidas para lutar contra o ocupante fascista, libertando a cidade da ocupação que durou três anos, demonstra com toda a evidência o resultado da política de “descomunização” promovida no decurso dos últimos anos por Kiev. As tentativas de falsificar a história, de glorificar os colaboradores do nazismo ao nível estatal, resultaram na perda das referências morais na sociedade, no bacanal dos grupos da extrema direita e no sentimento da total impunidade dos violadores da lei que perpetram um excesso sobre outro.

Condenamos semelhantes ações bárbaras, apelamos a que uma investigação profunda seja realizada e que todos os culpados sejam punidos.

Mas não é disso que tem que começar, senão da revisão verdadeira da própria ideologia contemporânea na Ucrânia.

 

Lembrança do projeto Lugar da Memória

 

Por nossa parte, fazemos tudo o possível para proteger os monumentos e a história in loco.

Quero lembrar do projeto organizado pela Sociedade Histórico-Militar Russa “Lugar da Memória” (MestoPamyati.RF). Todos os cidadãos que desejarem podem introduzir para o mapa virtual informações, inclusive fotos, sobre os memoriais de guerra da Grande Guerra Patriótica, contibuindo assim para a preservação da memória histórica.

Isso é especialmente relevante para os países em que os nossos monumentos, o nosso legado sofre a ameaça de vandalismo ocasional e estatal. Os estabelecimentos estrangeiros da Rússia – Embaixadas e Consulados Gerais – participam desde há muito deste trabalho. Os nossos diplomatas participam desta ação de verdade, com o coração. Apelamos aos cidadãos interessados a unir os seus esforços com os dos nossos colegas.

 

Primeiro centro de cultura russo abre-se no Tajiquistão

 

A 10 de janeiro do ano corrente, teve lugar na cidade de Tursunzoda a cerimónia de inauguração do primeiro Cento de Cultura Russa no Tajiquistão. O projeto realizado é fruto da iniciativa da organização social dos compatriotas russos “Comunidade Russa” e teve o apoio da Embaixada da Federação da Rússia e das autoridades locais.

Agradecemos a ajuda prestada pela Companhia Tajique de Alumínio (Talco), inclusive a disponibilização gratuita da sede do Centro. A Embaixada da Federação da Rússia na República do Tajiquistão, a representação da Agência Federal para Assuntos da CEI, Compatriotas Residentes no Estrangeiro e da Cooperação Humanitária Internacional (Rossotrudnichestvo), a base militar russa 201, representantes do negócio de ambos os países, grupos civis, a diocese de Dushanbe e do Tajiquistão da Igreja Ortodoxa Russa também participaram da equipação do Centro.

Funcionam no Centro gabinetes de língua e de literatura russas, de matemática, de informática. Há um estúdio artístico, uma sala de leitura e uma biblioteca. Planeia-se organizar aulas para jovens que queiram ingressar em universidades russas.

 

 

Rússia e Libéria comemoram 65 anos das relações diplomáticas

 

A 11 de janeiro do ano corrente, fizeram 65 anos as relações diplomáticas entre a Federação da Rússia e a República da Libéria, com a qual o nosso país mantém tradicionalmente relações de amizade.

A Libéria é um dos Estados mais interessantes do continente africano do ponto de vista histórico, cuja criação deve-se aos descendentes dos escravos africanos levados para a América do Norte. Eles decidiram voltar para a sua pátria ancestral para criar o seu próprio Estado. Assim, em 1822, foi estabelecida a colónia das “pessoas livres de cor”, que passou a chamar-se Libéria dois anos depois. A 26 de julho de 1847, os colonistas proclamaram a independência da República da Libéria. Este Estado é inédito inclusive por ter podido preservar a sua independência durante a partilha colonial da África.

No período transcorrido, as relações russo-liberianas têm se baseado nos princípios da igualdade de direitos e respeito mútuo em prol da consolidação da paz e da estabilidade no continente africano. Moscovo e Monróvia mantinham diálogo político, aplicando esforços para aproveitar o máximo do potencial da cooperação nas áreas comercial, económica e humanitária.

A participação da delegação liberiana, encabeçada pela Vice-Presidente, Jewel Howard Taylor, na cimeira e no fórum económico Rússia-África, a 23-24 de outubro de 2019 na cidade de Sochi, foi um marco importante na história dos contatos bilaterais. O resultado destes eventos permitiu precisar as direções da promoção da cooperação bilateral em diferentes áreas, inclusive a energia e a exploração dos recursos naturais

Esperamos que o complexo inteiro das relações bilaterais mostre progresso. Desejamos ao povo da República da Libéria paz, prosperidade e bem-estar.

 

MNE russo ajuda a criar Mapa Gastronómico da Rússia 2021

 

O ano passado foi marcado pela exitosa cooperação entre o projeto federal Mapa Gastronómico da Rússia, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação da Rússia e a empresa GlavUpDK junto ao MNE da Rússia. Tiveram lugar no decurso do ano passado apresentações da “cozinha regional” de chefes de cozinha e produtores que participaram no projeto federal Mapa Gastronómico da Rússia de mais de 25 regiões do país.

Neste ano de 2021, a GlavUpDK faz 100 anos. Para comemorar o aniversário, uma série de projetos conjuntos foi lançada na parceria com o Mapa Gastronómico da Rússia, visando apresentar aos diplomatas credenciados na Federação da Rússia de diferentes países do mundo o potencial gastronómico e turístico do nosso país, as ricas tradições culinárias dos mais de 190 povos que habitam as regiões russas, as diferentes variações culinárias.

Nós também cooperamos com o Mapa Gastronómico da Rússia. Imagino o que devem sentir agora os jornalistas que participam do briefing, sabendo que costumávamos organizar degustações da cozinha russa no período das festas do Ano Novo. Agora, tudo está em regime online, aguardemos tempos melhores. Acho que vamos retomar as tradições.

Pergunta: A Rússia é o intermediário principal na gestão do conflito em Nagorno-Karabakh. Este facto vem à toa o tempo todo, não é nenhum segredo para ninguém. Moscovo já mostrou a todos os níveis que é importante estabelecer a paz entre os povos ao nível cotidiano, encontrar pontos de contato. É possível Moscovo lançar uma iniciativa criando plataformas conjuntas para o diálogo entre os intelectuais azeris e arménios, representantes da comunidade civil, para eventos conjuntos de natureza construtiva e humanitária, a consentimento de Baku e de Erevan, visando a aproximação?

Porta-voz Maria Zakharova: Iríamos saudar o diálogo direto entre os intelectuais azeris e arménios e a organização de eventos de natureza humanitária pelos dois países em conjunto.

A nosso ver, semelhantes iniciativas fomentam a atmosfera de reconciliação, confiança, compreensão mútua, favorecem tanto o povo azeri, quanto o arménio, o Cáucaso do Sul em geral – e, por consequente, a Federação da Rússia.

A parte russa vai, sem dúvida, apoiar tais ações humanitárias, se Baku e Erevan mostrarem o desejo sincero de seguir este rumo.

Pergunta: O resultado das negociações de 11 de janeiro do ano corrente em Moscovo trata, principalmente, do corredor de transportes que vai ligar a parte principal do território azeri a Naquichevão. As condições da criação deste corredor – por exemplo, a propriedade do terreno em que serão construídas a rodovia e a ferrovia – foram discutidas? Quem vai construir a rota? Como o Azerbaijão vai garantir a sua integridade, vai assumir a obrigação de não fechá-la?

Porta-voz Maria Zakharova: Conforme a Declaração dos líderes do Azerbaijão, da Arménia e da Rússia sobre Nagorno-Karabakh de 9 de novembro de 2020 (item 9), todas as ligações económicas e de transporte na região ficam desbloqueadas.

Com efeito, na cimeira de 11 de janeiro em Moscovo, os líderes dos três países continuaram o acordo, dedicando atenção especial à discussão dos passos concretos de construção das ligações económicas, de desbloqueamento das comunicações e de desenvolvimento da infraestrutura. Uma declaração especial foi adotada a este respeito.

Após o encontro em Moscovo, foi criado um grupo de trabalho trilateral, copresidido pelos Vice-Primeiros-Ministros da Rússia, do Azerbaijão e da Arménia. O grupo deve reunir-se ainda neste mês e apresentar, antes de 1 de março de 2021, a lista e o horário de eventos destinados à recuperação da infraestrutura de transportes e à construção de novos elementos da mesma, necessários para a organização do transporte internacional. Subgrupos de peritos serão formados para tratar das áreas principais do trabalho, das questões concretas, inclusive aquelas que o senhor mencionou;

Não há nenhuma dúvida de que o cumprimento dos projetos mencionados será útil tanto para a parte arménia, quanto para a azeri e para o Cáucaso do Sul em geral. Os interesses de todos os Estados serão garantidos. Em particular, a Arménia terá uma ligação ferroviária com a Rússia e com o Irão através do território do Azerbaijão, e o Azerbaijão terá uma ligação com Naquichevão através do território da Arménia.

 

 


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